10 membradas - 02
Já era tarde, há horas eu estava dormindo.
O telefone tocou.
Antes de atender tentei identificar o número, me pareceu familiar.
Atendi após alguns segundos.
Muito barulho do outro lado, gritaria.
Difícil de entender as palavras ou o que estavam falando.
Da mesma maneira, demorei a reconhecer a voz.
Uma voz cansada e um tanto embriagada também.
Era eu.
Em uma festa que ainda não tinha acabado.
- Vem me buscar!
- O que?
- Vem me buscar!
- Onde você está?
- Como assim, “onde eu estou?”
- Sim! Já viu que horas são?
- Danem-se as horas. Preciso ir embora daqui, já!
- Algum problema?
- Não. Quer dizer, não agüento mais, preciso dormir, minha cabeça tá girando.
- Porra, não acredito...
- Não me importa se você acredita ou não. Pode POR FAVOR vir me buscar?!
- Certo, certo. Onde?
- Ora... Naquela festa.
- Como eu vou saber em que festa?
- Pode ter certeza de que você sabe, basta ir até a garagem. Você sabe o caminho.
- Qual é, chega de bobagem! Qual festa?
- Aquela de terça.
- Não lembro...
- É claro que não. Amanhã eu também não vou lembrar...
- Mas então...
- Então chega de conversa. Vem me buscar. Vem logo!
- Você vai se arrepender disso...
- Eu já estou me arrependendo, por isso é que preciso ir embora.
- O que você fez?
- Não posso contar agora, muito menos por telefone.
- Puta merda... Já vi que eu estou fodido.
- Você não tem nem idéia. Mas agora o importante é ir embora. Rápido!
- Certo. No caminho você me conta como eu fui parar aí.
- Perfeito! Agora vem.
- Quando chegarmos me lembra de esconder a chave do carro.
- Já tentamos isso uma vez, lembra? Não adianta... Eu sempre lembro onde está.
- Bom, da próxima vez vamos fazer melhor.
- Não sei se vai haver próxima vez.
- Porque?
- Rápido. Chega de conversa, você está demorando muito.
- Espere! Estou calçando os sapatos.
- Não precisa, isso agora não é importante. Vem logo!
- Porra e se eu não achar o lugar...
- Vai achar, já disse. Quando entrar no carro você saberá o que fazer.
- É bom pensar numa história muito boa. Ninguém aqui em casa vai acreditar.
- Não tem ninguém aqui em casa mais...
- Como assim?
- Vai logo até a garagem...
Já era tarde, há horas eu estava dormindo.
O telefone tocou.
Antes de atender tentei identificar o número, me pareceu familiar.
Atendi após alguns segundos.
Muito barulho do outro lado, gritaria.
Difícil de entender as palavras ou o que estavam falando.
Da mesma maneira, demorei a reconhecer a voz.
Uma voz cansada e um tanto embriagada também.
Era eu.
Em uma festa que ainda não tinha acabado.
- Vem me buscar!
- O que?
- Vem me buscar!
- Onde você está?
- Como assim, “onde eu estou?”
- Sim! Já viu que horas são?
- Danem-se as horas. Preciso ir embora daqui, já!
- Algum problema?
- Não. Quer dizer, não agüento mais, preciso dormir, minha cabeça tá girando.
- Porra, não acredito...
- Não me importa se você acredita ou não. Pode POR FAVOR vir me buscar?!
- Certo, certo. Onde?
- Ora... Naquela festa.
- Como eu vou saber em que festa?
- Pode ter certeza de que você sabe, basta ir até a garagem. Você sabe o caminho.
- Qual é, chega de bobagem! Qual festa?
- Aquela de terça.
- Não lembro...
- É claro que não. Amanhã eu também não vou lembrar...
- Mas então...
- Então chega de conversa. Vem me buscar. Vem logo!
- Você vai se arrepender disso...
- Eu já estou me arrependendo, por isso é que preciso ir embora.
- O que você fez?
- Não posso contar agora, muito menos por telefone.
- Puta merda... Já vi que eu estou fodido.
- Você não tem nem idéia. Mas agora o importante é ir embora. Rápido!
- Certo. No caminho você me conta como eu fui parar aí.
- Perfeito! Agora vem.
- Quando chegarmos me lembra de esconder a chave do carro.
- Já tentamos isso uma vez, lembra? Não adianta... Eu sempre lembro onde está.
- Bom, da próxima vez vamos fazer melhor.
- Não sei se vai haver próxima vez.
- Porque?
- Rápido. Chega de conversa, você está demorando muito.
- Espere! Estou calçando os sapatos.
- Não precisa, isso agora não é importante. Vem logo!
- Porra e se eu não achar o lugar...
- Vai achar, já disse. Quando entrar no carro você saberá o que fazer.
- É bom pensar numa história muito boa. Ninguém aqui em casa vai acreditar.
- Não tem ninguém aqui em casa mais...
- Como assim?
- Vai logo até a garagem...
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