20051104

04112005b

Mamãe me dê de mamar
me dê uma máquina
taquicardíaca
que eu não consigo mais viver
eu não consigo mais viver
não consigo mais viver
tão devagar

me devore
me denuncie
me devolva as calças agora
que está fudida

me adore
me odeie
me adote outra vez agora
que já me fez
ir embora
e eu não consigo mais viver
eu não consigo mais viver
não consigo mais viver
tão devagar

abriu-se um pouco
a porta do carro
pude ver o asfalto
apressado
tentei tocá-lo
sangrou-me os dedos
senti meu sangue
assim correndo
e vi que o asfalto
não estava errado
nós nunca correríamos
no mesmo sentido
mas seguimos sempre
lado a lado
lado a lado como bons amigos