Será que o que foi importante um dia pode te fazer sofrer por toda uma vida?
20041230
20041229
20041228
28122004A
Pessoas sozinhas não têm pressa. A vida não precisa ser atropelada, pois não há ninguém esperando. Há um ano eu me despedi de um amigo. Por motivos de força maior e muito a contragosto. Mais que um amigo, um companheiro. Pois poucos amigos me acompanharam tanto, em tantos momentos. Talvez ele tenha se despedido de mim, para que eu não tivesse que me despedir de tantos outros. Talvez houvesse chego a hora. Talvez não. Talvez, talvez. Há pouco menos de um mês eu me despedi de duas pessoas que eu amo muito, e que deixaram uma dor enorme que me visita em todos os momentos do meu dia. Hoje eu me despedi de mais duas pessoas, que igualmente amo e que já me fazem falta há pouco mais de uma hora. E quando começa a sobrar tempo no meu dia, o tempo que essas pessoas ocupavam, começo a perceber que o tempo às vezes pode ser desagradável. Que todo o tempo do mundo talvez não seja o bastante para quem está sozinho. E ao ver todos indo embora, por quanto tempo nunca sei, vejo que, ao contrário do que se espera, a cidade vai ficando pequena. Ela começa a esmagar. Pois são as pessoas que nos amam e que nós amamos, que abrem espaço no seu dia, na sua vida, para que possamos transitar livremente. Sem a solidão sufocante dos que ficam para trás . . .
Pessoas sozinhas não têm pressa. A vida não precisa ser atropelada, pois não há ninguém esperando. Há um ano eu me despedi de um amigo. Por motivos de força maior e muito a contragosto. Mais que um amigo, um companheiro. Pois poucos amigos me acompanharam tanto, em tantos momentos. Talvez ele tenha se despedido de mim, para que eu não tivesse que me despedir de tantos outros. Talvez houvesse chego a hora. Talvez não. Talvez, talvez. Há pouco menos de um mês eu me despedi de duas pessoas que eu amo muito, e que deixaram uma dor enorme que me visita em todos os momentos do meu dia. Hoje eu me despedi de mais duas pessoas, que igualmente amo e que já me fazem falta há pouco mais de uma hora. E quando começa a sobrar tempo no meu dia, o tempo que essas pessoas ocupavam, começo a perceber que o tempo às vezes pode ser desagradável. Que todo o tempo do mundo talvez não seja o bastante para quem está sozinho. E ao ver todos indo embora, por quanto tempo nunca sei, vejo que, ao contrário do que se espera, a cidade vai ficando pequena. Ela começa a esmagar. Pois são as pessoas que nos amam e que nós amamos, que abrem espaço no seu dia, na sua vida, para que possamos transitar livremente. Sem a solidão sufocante dos que ficam para trás . . .
20041226
26122004A
É muito mais difícil viver sem regras, mas, honestamente, é o que deve fazer um homem capaz de pensar.
Autobiografia
(frank lloyd wright)
É muito mais difícil viver sem regras, mas, honestamente, é o que deve fazer um homem capaz de pensar.
Autobiografia
(frank lloyd wright)
20041224
24122004A
XLIV
DÓNDE está el niño que yo fui,
sigue adentro de mí o se fue?
Sabe que no lo quise nunca
y que tampoco me quería?
Por qué anduvimos tanto tiempo
creciendo para separarnos?
Por qué no morimos los dos
cuando mi infancia se murió?
Y si el alma se me cayó
por qué me sigue el esqueleto?
Livro de las preguntas
(pablo neruda)
XLIV
DÓNDE está el niño que yo fui,
sigue adentro de mí o se fue?
Sabe que no lo quise nunca
y que tampoco me quería?
Por qué anduvimos tanto tiempo
creciendo para separarnos?
Por qué no morimos los dos
cuando mi infancia se murió?
Y si el alma se me cayó
por qué me sigue el esqueleto?
Livro de las preguntas
(pablo neruda)
20041223
23122004A
São piores as perguntas que não deveriam ser feitas, ou as respostas que lhes são atribuídas?
São piores as perguntas que não deveriam ser feitas, ou as respostas que lhes são atribuídas?
20041220
20122004D
FATO
Estamos vivendo hoje num mundo onde os mais fortes e espertos pisam nos mais fracos.
Usam violência, que é o jogo deles, um jogo onde eles são os melhores, os campeões.
Nós só poderemos perder.
Temos de usarnossa inteligência e astúcia que são, sem dúvida nenhuma, as maiores armas que possuímos. Juntando isso à nossa força física e à nossa união, poderemos fazer muita coisa.
Talvez não derrubaremos esse sistema, mas, com toda certeza, vamos abalar eles um pouco.
E eles não vão nos chamar de marginais ou jovens frustrados.
Vão nos chamar de homens conscientes.
É isso que somos.
-> extraído de um zine skin
FATO
Estamos vivendo hoje num mundo onde os mais fortes e espertos pisam nos mais fracos.
Usam violência, que é o jogo deles, um jogo onde eles são os melhores, os campeões.
Nós só poderemos perder.
Temos de usarnossa inteligência e astúcia que são, sem dúvida nenhuma, as maiores armas que possuímos. Juntando isso à nossa força física e à nossa união, poderemos fazer muita coisa.
Talvez não derrubaremos esse sistema, mas, com toda certeza, vamos abalar eles um pouco.
E eles não vão nos chamar de marginais ou jovens frustrados.
Vão nos chamar de homens conscientes.
É isso que somos.
-> extraído de um zine skin
20122004C
...vivendo na mentira pelo fato de me encontrar nesta cidade sob um falso pretexto. Vivendo numa mentira ainda pior por ter um motivo para me encontrar aqui. Maldita rapariga! Sou um homem sério. Sou um homem indecente, reles, mas ela é pior. É realmente má. Ela é má, é o próprio Mal. O Mal. Ela não é apenas má, ela é o MAL. Por pior que eu seja agora a culpa é toda dessa rapariga porque é má. Fosse o que fosse que eu era dantes, embora mau, não tinha importância. Nunca fui mal antes de conhecê-la. Pecava mas não era mau. Não estava corrompido.
BUtterfield 8
(john o'hara)
...vivendo na mentira pelo fato de me encontrar nesta cidade sob um falso pretexto. Vivendo numa mentira ainda pior por ter um motivo para me encontrar aqui. Maldita rapariga! Sou um homem sério. Sou um homem indecente, reles, mas ela é pior. É realmente má. Ela é má, é o próprio Mal. O Mal. Ela não é apenas má, ela é o MAL. Por pior que eu seja agora a culpa é toda dessa rapariga porque é má. Fosse o que fosse que eu era dantes, embora mau, não tinha importância. Nunca fui mal antes de conhecê-la. Pecava mas não era mau. Não estava corrompido.
BUtterfield 8
(john o'hara)
20122004B
17 de maio
Estabeleci relações de toda espécie, mas ainda não achei companhia efetiva. Não sei o que tenho de atraente aos olhos das pessoas, há tantos que se agradam por mim e a mim se prendem, que chega a me doer ter de abandona-los, depois de os acompanhar por trechos que às vezes se mostram tão curtos. Se me perguntares como são as pessoas por aqui tenho de te responder: como em todo lugar! É uma coisa bastante uniforme a espécie humana. Boa parte dela passa seus dias trabalhando para viver, e o pouquinho de tempo livre que lhe resta pesa-lhe tanto que busca de todos os meios possíveis para livrar-se dele. Oh, destino dos homens!
Mas é um belo tipo de povo! Se por vezes me esqueço do mundo e gozo, junto de outras pessoas, os prazeres que ainda são permitidos aos homens, como o de se entreter a conversar aberta e cordialmente ao redor de uma mesa bem servida, o de realizar um passeio de carro ou o de arranjar uma dança na hora certa, tudo isso produz em mim um efeito bastante agradável. Apenas não me agrada lembrar que há tantas outras faculdades descansando em mim, que bem podem enferrujar se não forem usadas, e por hora tenho de ocultar com cuidado. Ah, como isso confrange o coração! E, todavia, ser incompreendido, é esse o destino da gente!
Ah, porque a amiga da minha juventude ficou para trás?! E por que eu a conheci?! Eu deveria proclamar: és um louco, procuras o que já não está mais aqui embaixo... mas foi minha, essa amiga, senti esse coração, essa grande alma, em cuja presença eu julgava ser mais do que era, porque era tudo o que podia ser. Meu bom deus! Ficou inativa sequer uma de minhas faculdades naquela época? Não podia eu expandir por completo diante dela aquele admirável sentimento com o qual meu coração abraça a natureza? Não foi o nosso convívio um eterno tecer das mais finas sensações, dos mais afiados gracejos? E mesmo as mudanças de humor, que chegavam à indelicadeza de quando em vez, não eram desenhadas com o selo da genialidade? E agora... ah, os anos que ela tinha a mais do que eu a atiraram à cova antes de mim. Jamais a esquecerei, jamais esquecerei sua retidão de alma e sua divina indulgência.
os sofrimentos do jovem werther
(j. wolfgang goethe)
17 de maio
Estabeleci relações de toda espécie, mas ainda não achei companhia efetiva. Não sei o que tenho de atraente aos olhos das pessoas, há tantos que se agradam por mim e a mim se prendem, que chega a me doer ter de abandona-los, depois de os acompanhar por trechos que às vezes se mostram tão curtos. Se me perguntares como são as pessoas por aqui tenho de te responder: como em todo lugar! É uma coisa bastante uniforme a espécie humana. Boa parte dela passa seus dias trabalhando para viver, e o pouquinho de tempo livre que lhe resta pesa-lhe tanto que busca de todos os meios possíveis para livrar-se dele. Oh, destino dos homens!
Mas é um belo tipo de povo! Se por vezes me esqueço do mundo e gozo, junto de outras pessoas, os prazeres que ainda são permitidos aos homens, como o de se entreter a conversar aberta e cordialmente ao redor de uma mesa bem servida, o de realizar um passeio de carro ou o de arranjar uma dança na hora certa, tudo isso produz em mim um efeito bastante agradável. Apenas não me agrada lembrar que há tantas outras faculdades descansando em mim, que bem podem enferrujar se não forem usadas, e por hora tenho de ocultar com cuidado. Ah, como isso confrange o coração! E, todavia, ser incompreendido, é esse o destino da gente!
Ah, porque a amiga da minha juventude ficou para trás?! E por que eu a conheci?! Eu deveria proclamar: és um louco, procuras o que já não está mais aqui embaixo... mas foi minha, essa amiga, senti esse coração, essa grande alma, em cuja presença eu julgava ser mais do que era, porque era tudo o que podia ser. Meu bom deus! Ficou inativa sequer uma de minhas faculdades naquela época? Não podia eu expandir por completo diante dela aquele admirável sentimento com o qual meu coração abraça a natureza? Não foi o nosso convívio um eterno tecer das mais finas sensações, dos mais afiados gracejos? E mesmo as mudanças de humor, que chegavam à indelicadeza de quando em vez, não eram desenhadas com o selo da genialidade? E agora... ah, os anos que ela tinha a mais do que eu a atiraram à cova antes de mim. Jamais a esquecerei, jamais esquecerei sua retidão de alma e sua divina indulgência.
os sofrimentos do jovem werther
(j. wolfgang goethe)
20122004A
"(...) No entanto, o Corvo solitário
Não teve outro vocabulário,
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda sua alma resumisse.
Nenhuma outra proferiu, nenhuma,
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
Tantos amigos tão leais!
Perderei também este em regressando a aurora."
E o Corvo disse: "Nunca mais."
(...)
E o Corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais! "
O Corvo
(edgar allan poe)
"(...) No entanto, o Corvo solitário
Não teve outro vocabulário,
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda sua alma resumisse.
Nenhuma outra proferiu, nenhuma,
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
Tantos amigos tão leais!
Perderei também este em regressando a aurora."
E o Corvo disse: "Nunca mais."
(...)
E o Corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais! "
O Corvo
(edgar allan poe)
20041219
20041213
13122004B
Não mais procuro o amor
procuro por ti
pois já é só tú
que me faz falta
não penso na vida
nem penso na vinda
e tampouco na volta
e o que me importa?
perante os males
que a vida comporta
nada mais
pois o mar
revolta
Não mais procuro o amor
procuro por ti
pois já é só tú
que me faz falta
não penso na vida
nem penso na vinda
e tampouco na volta
e o que me importa?
perante os males
que a vida comporta
nada mais
pois o mar
revolta