20050925

25092005a

Pode alguém
ter chorado
tanto quanto
eu chorei?
se eu chorei
cada cerveja
na certeza
de que assim
não iria mais chorar
sem motivo
movi moinhos
com lágrimas
que até hoje revido
vivi chorando
sozinho
sem sentido

pode alguém
dar-me a chance
de dar lágrimas
por outrem?
ou talvez
eu tenha que tentar
chorar
chorar
na sarjeta
esgotei a certeza
escondi uma cerveja
pela qual
eu nunca iria voltar
por ser
esta cerveja
vazia
vazia
amarga

20050922

22092005a

Difícil não ficar
em transe
quando um carro
estranho
estaciona
em frente
a sua casa
difícil
não sentir-se
presa

20050921

21092005b

Por frias madrugadas a fio
punhetando uma adolescência perdida
passando do ponto
o trem das consequências
já está pronto
quem quer acreditar
que um banho levaria
toda a sujeira embora
21092005a

Eu renuncio
é um jogo tão antigo
que eu já nem me lembro mais
eu renuncio
porque quem joga esse jogo
manipula o placar

as cartas na sua manga
já marquei com sangue

eu renuncio
ao meu coração partido
eu anuncio, alucino, enlucido
dou o tiro no pé do bandido
morro como um passarinho
cheio de chumbo

chamei seu nome
chorei de fome
senti saudade
e nem sei mais

o que agora me espera
na outra esquina
a cena, a sina
de não sentir
você
vontade
sua voz
dizendo
não me aguarde
mais
que já não faz
mais
sentido
sentir
saudade
assim
não
assim
não
assim

eu renuncio
e é um jogo tão antigo
que eu já nem me lembro mais
eu renuncio
porque quem joga esse jogo
manipula o placar

20050918

18092005a

Te procurei
por tantas ruas
tantas luas
eu contei
sem te encontrar

me separei
em dois
em dias
que eu não sei
quem fui
quem foi
quem será

quem sabe a gente
não encontre
agora
uma outra
história
para se contar

20050915

15092005a

Eu vi tanta gente confundir mérito com meretrício. . . agora estão fudidos.

20050906

06092005a

Tantas vezes te vi correr contra a vida
tantas vezes tive vontade de correr contigo
perdida, acreditando em mentiras
vendendo-se para comprar ajuda